Ergonomia

Formigamento nas mãos? Tensão no pescoço? Dores na coluna? E, curioso, isso só acontece quando está trabalhando? Cuidado, isso pode ser sintoma de falta de Ergonomia no ambiente de trabalho. A ergonomia tornou-se conhecida na década de quarenta quando reuniu-se, na Inglaterra, um grupo de cientistas e pesquisadores interessados em discutir e formalizar a existência desse novo ramo de aplicação interdisciplinar porque integra conhecimentos de várias áreas da Ciência como a Medicina, a Psicologia, a Sociologia e Arquitetura dentre outras, evidenciando também sua multidisciplinaridade. Ela pode ser dividida em três tipos distintos: a)ergonomia de concepção: ocorre quando a contribuição ergonômica se faz durante a fase inicial de projeto do produto, da máquina ou ambiente; b)ergonomia de correção: ocorre em um ambiente já criado, reformulando-o; c)ergonomia de conscientização também chamada de ergonomia de mudança: depende exclusivamente do trabalhador, de convencê-lo a utilizar novas técnicas e instrumentos. É importante salientar que os três tipos de contribuições podem ser utilizados intercalados ou combinados para que se obtenha um melhor resultado. Além disso, a intervenção nem sempre acaba com os problemas existentes, podendo ser revista e refeita no momento em que novos problemas forem descobertos.
A Ergonomia ou o estudo da adaptação do trabalho ao homem, preocupa-se desde a cor do local de trabalho, iluminação, mobiliário até a estrutura organizacional de como ele é desenvolvido, porque pressão por produção também é um fator desencadeante dos chamados Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT). E, foi devido ao alto índice de estatísticas de DORT entre trabalhadores de diversas profissões que o Ministério do Trabalho e Previdência Social instituiu a Portaria nº 3.751, em 23 de novembro de 1990, criando a Norma Regulamentadora nº 17 (NR-17) que trata especificamente da ergonomia nos postos de trabalho. Resumidamente, os fatores abordados na NR-17 são: levantamento, transporte e descarga individual de materiais; mobiliário dos postos de trabalho; equipamentos dos postos de trabalho; condições ambientais de trabalho e organização do trabalho. Depois de instaurada a norma, que é um adendo a Legislação Trabalhista, ficou mais fácil para o profissional exigir melhores condições de trabalho, já que a legislação anterior a norma não especificava os fatores condicionantes das DORT’s. Em 2008, o assunto foi tema de monografia defendida na Universidade Federal do Pará (UFPA), com o título de “Ergonomia como fator de prevenção de doenças do trabalho do Bibliotecário”, a pesquisa apresenta, entre outras coisas, recomendações ergonômicas para o posto de trabalho do bibliotecário levando em consideração alguns fatores ambientais, posturas e movimentos realizados durante a execução do trabalho, baseando-se na NR-17. A Ergonomia busca a adaptação do trabalho às características do trabalhador, adaptando-o da melhor forma possível à tarefa que desempenha, dessa forma as atividades desenvolvidas serão mais aproveitadas gerando um melhor desempenho no trabalho.


Texto de:
Raquel Chagas dos Santos
spdtr2@yahoo.com.br

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